terça-feira, 30 de outubro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Indicação de leitura para pais e educadores


Nos nossos grupos de estudo quinzenais no CLIC!, lemos dois livros literários que julgamos serem boas sugetões para pais e educadores se deliciarem com uma leitura prazerosa. Atavés do olhar de crianças, os livros nos transportam para o mundo delas e, ao mesmo tempo, provoca questionamentos quanto às nossas atitudes no dia-a-dia com a meninada.

Espero que gostem, Letícia


Quando eu voltar a ser criança
Janusz Korczak - Editora Summus
  

Capa




Momo e o Senhor do Tempo
Michael Ende - Editora Martins Fontes

Livro - Momo E O Senhor Do Tempo

terça-feira, 26 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sobre o consumismo

Em outros textos postados neste blog já havia escrito sobre o consumismo, mas volto ao tema, pois sempre está batendo à nossa porta e pode gerar, na infância, graves conseqüências como: obesidade,  violência,  erotização precoce,  materialismo e a crença de que ter é mais importante que ser.
Consumimos, todo o tempo, além de bens materiais, idéias que nos são vendidas e que passamos a acreditar que são reais, ou seja, acreditamos necessitar consumir o produto que nos vendem, seja ele um livro, uma aula especializada para nossos filhos ou um destino para as próximas férias.
A força das propagandas é tão grande que muitas vezes deixamos de analisá-las criticamente e somos facilmente conduzidos pelo que estão nos vendendo. Acreditamos na necessidade inventada pelo comércio e conduzimos nossas vidas e organizamos nossa rotina para conseguirmos comprar estes produtos.
Nossos filhos são levados com mais facilidade pela onda de consumo e o pior, sem a possibilidade de fazer crítica, devido a pouca idade e falta de recursos.
Para ilustrar a grande oferta de produtos que temos hoje em dia, um simples exemplo: quando era criança, lembro-me de escolher entre Coca-Cola, Guaraná Antártica e Fanta. Hoje em dia, se vamos pedir uma simples Coca o garçom nos pergunta: ligth, diet, lemon, normal ou plus?
Quando se trata da educação de crianças, é oferecida aos pais, desde a gestação até completar a universidade, uma infinidade de “necessidades indispensáveis à boa educação”, que os envolvem facilmente.
É comum acreditar na necessidade de todos, nos aparatos tecnológicos oferecidos, nas milhões de formas de estimulação precoce, nas infinitas aulas especializadas que farão com que os filhos sejam bem desenvolvidos, além de tantas condutas que vendidas a fim de transformar o casal em bons pais. Será? Mais uma vez me pergunto (e a vocês também), é necessário olhar para fora? É necessário buscar tudo isto do lado de fora de nós mesmos? Concordo com quem diga que o mundo caminha, que precisamos conhecer e avaliar outras perspectivas e acompanhar o andamento da ciência, mas isto é diferente do consumismo exacerbado.
Estamos nos acostumando a colocar coisas materiais no lugar das relações afetivas. Hoje em dia as crianças não sabem o que têm em sua casa para brincar de tantos brinquedos que possuem; estão constantemente insatisfeitas, têm extrema dificuldade em lidar com a frustração, não conhecem o significado da palavra persistência, têm muito trabalho para envolver-se por um período de tempo maior em determinado assunto e costumam tratar seus amigos como têm feito com os objetos que ganha: de maneira descartável. Vejo estas atitudes como conseqüência da onda de consumismo que assola nossos tempos.
Há atitudes muito importantes para o desenvolvimento saudável do ser humano e posso citar algumas: amizade, perseverança, envolvimento, esforço, capacidade de solucionar problemas, tolerância e muito mais. Se queremos colocar no mundo pessoas saudáveis e produtivas, precisamos repensar nossas atitudes em relação ao consumo exacerbado!   
Dri

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O compromisso com a natureza


Aqui em Tijuana (não sei se em todo o México) é muito comum oferecerem nas ruas, nas escolas e em casa de parentes e amigos, quando há reunião de pessoas, pratos de isopor, assim como talheres e copos descartáveis. Todos usam sem a menor preocupação com a produção de lixo.
Certa vez, em uma reunião em minha casa,  arrisquei-me a dizer que preferia lavar os pratos que utilizar descartáveis e várias pessoas se horrorizaram e manifestaram-se contra minha escolha, dizendo que dava muito trabalho e que não fazia sentido.
Neste fim de semana, recebi por correio eletrônico um vídeo sobre o que está sucedendo em uma ilha do Pacífico, a 2000 km de distância de qualquer costa. Nesta ilha, habitada por um grande número de aves, completamente preservada da civilização,  os pássaros estão morrendo por ingestão de lixo humano! Estamos matando a Natureza de várias formas com nossos hábitos modernos e nosso descaso com ela.
Somos viciados em algumas atitudes prejudiciais ao ambiente, não gostamos de mudar aquilo que costumamos fazer, não queremos ter o trabalho de mudar nossa rotina e nossos costumes, gostamos da mordomia, buscamos o conforto e comumente nos esquecemos de contribuir com a preservação do ambiente. Já estamos caducos, não conseguimos sair do nosso conforto, temos argumentos demais para isto. A falta de tempo é a nossa melhor aliada quando queremos nos livrar da responsabilidade sobre a mudança de hábitos.
Penso que as crianças, se bem educadas nesse sentido, são a esperança para a preservação da Natureza, pois elas estão mais abertas a toda e qualquer aprendizagem, sendo capazes de adquirir hábitos e costumes mais corretos que os nossos, além de criar novas atitudes que possam beneficiar o meio ambiente, a partir da consciência de que nós e a Natureza somos parte da mesma “bola” (como dizem as próprias crianças, referindo-se ao planeta Terra), ou seja, somos um. Só elas, as crianças, serão capazes de mudar o rumo dessa prosa! Porém, esbarramos em um empecilho: nós adultos, somos quem as educamos! Como podemos ensiná-las o amor e cuidado com a Natureza se não sabemos como fazê-lo? Como podemos falar sobre diminuição da produção de lixo, se não cuidamos do lixo que produzimos? Como falar em preservação ambiental, se somos grandes consumistas, sem tempo, preocupados com o trânsito e as contas a pagar? Gasto exagerado de água e energia elétrica, consumismo exagerado, destruição ambiental, crescimento da especulação imobiliária nos grandes centros fazem parte da nossa vida! Precisamos muita reflexão e coragem para avaliarmos nossos hábitos e buscarmos alternativas mais sustentáveis para eles.
Quem quiser um motivo para se preocupar um pouco mais com o meio ambiente, assista o seguinte vídeo:  http://www.midwayfilm.com
Proponho a vocês, leitores do blog do CLIC!, uma avaliação dos hábitos cotidianos que não estão de acordo com uma vida mais sustentável e uma possível solução para eles. Isto é algo bastante difícil de ser feito para todos nós, por isto, proponho também que as novas atitudes sejam compartilhadas com todos no mural virtual do Facebook “Comprometidos com a Natureza”. Assim, podemos começar a aprender e a agir mais a fim com a Natureza e multiplicar, em uma corrente de boas atitudes, as idéias e conquistas de cada um.
Dri

Honestidade e coerência

“Se você fosse ele, teria feito a mesma coisa, não é?" Esta foi a frase que uma de minhas filhas me disse, referindo-se à atitude do personagem principal do livro O Pote Vazio, de Demi.

A história conta que o Imperador da China, na tentativa de escolher seu sucessor, distribuiu a todas as crianças chinesas uma semente especial, dizendo que, quem provasse que havia feito o melhor possível dentro de um ano, seria seu sucessor. Ping, o personagem principal, passou todas as estações do ano cuidando dedicadamente de sua semente, mas ela não germinou. Então, no dia marcado, ele levou um pote vazio para ser apresentado ao Imperador, enquanto todas as outras crianças daquele país levavam seus vasos com flores lindas e bem cuidadas. Para a surpresa de todos, o Imperador escolheu Ping como seu sucessor, pois havia dado uma semente queimada a cada criança e diante daquele que lhe havia levado a verdade, sentiu-se seguro de sua escolha.
Estávamos conversando sobre honestidade, dedicação e responsabilidade e minha filha estava segura de que eu, sua mãe, possuía estas características.

Sua frase teve um efeito muito profundo em mim, pois colocou-me diante da real responsabilidade sobre a formação de seus valores. Ela não duvidou dos meus atributos, não me disse que poderia fazer o mesmo nem mencionou outra pessoa. Era sua mãe a que sabia agir da mesma forma que o Imperador da China!
Fiquei pensando na importância da honestidade e coerência em nossos atos. Honestidade em admitir falhas e erros perante nossos filhos, honestidade em pedir perdão quando falhamos com eles, honestidade para consertar o que fizemos mal feito, para voltar atrás em alguma escolha equivocada. Honestidade para admitirmos fraquezas e limitações, mesmo que seja um simples: “hoje não estou com vontade de fazer isto com você. Quem sabe podemos fazê-lo um outro dia?” Honestidade também para admitirmos que não sabemos tudo e que não somos donos da verdade e aceitar que nossos filhos possam fazer escolhas diferentes das nossas. Honestidade também nos argumentos que sustentam nossas escolhas!

Coerência em nossas atitudes. Que elas possam exemplificar e reforçar tudo o que lhes transmitimos verbalmente.  E como isto, às vezes, é tão difícil!

Quantas vezes falamos, por exemplo, que se deve atravessar a rua na faixa de pedestres e eles nos vêem atravessando no meio da rua? E em lugar de admitir nosso erro, damos uma desculpa como, por exemplo: “é porque agora estou com pressa e não quero que você se atrase para o cinema!”.  Ou ainda nos ouvem falar sobre as leis de trânsito e ao mesmo tempo atender o celular enquanto estamos dirigindo.

As crianças estão conectadas em seus pais 24 horas por dia e 365 dias por ano. Somos seu exemplo, nos seguem e nos têm, até certa idade, como as pessoas mais sábias e corretas do mundo!
Um dos lados mais bonitos da maternidade e da paternidade é este, superarmo-nos, buscarmos incansavelmente nosso desenvolvimento pessoal, a fim de contribuir com o crescimento e o desenvolvimento dos nossos filhos. E que bom que eles existem em nossas vidas!

Dri




sexta-feira, 11 de maio de 2012

Projeções (2ª parte)

Gostaria de sugerir um ponto de partida para a investigação pessoal de cada um, a respeito de suas possíveis projeções: comece pela análise da própria infância social e particularmente falando. Como era a época em que viveu? O que acontecia na sociedade da qual fez parte? Quais eram as crenças no país onde vivia? O que se fazia naquela época? O que as crianças faziam? Como se sentia diante de tudo isto? Pontos de partida...
A criança que fomos pode nos ajudar a nos aproximarmos de nós mesmos a fim de definirmos onde queremos chegar e o que esperamos de nós como pais. Esta reflexão, se feita de forma profunda, responsável e amorosa nos leva a compreender quais são nossos verdadeiros valores, o que buscamos e o que temos para oferecer. Assim, já temos meio caminho andado para não nos perdermos frente a tantas teorias vendidas pelo mercado de consumo.
Quando não colocamos atenção ao que é devido, projetamos sobre nossos filhos nossas próprias angústias e medos e deixamos de enxergá-los. Fazemos isto de forma totalmente inconsciente, mas é preciso estar mais atento. Precisamos aprender a discernir o que é nosso e o que é somente dos nossos filhos.
Quantos medos temos quando nos tornamos pais? Medo de que o filho não tenha amigos, medo de que o filho caia e se machuque, medo de que ele precise de algo e o adulto que estiver com ele não saiba, medo de que adoeça, medo de que não leia, medo de que seja rejeitado, medo disto e daquilo. Somos capazes até de inventar situações que não existem por causa dos nossos medos! É preciso que se compreenda que estes medos são nossos e que na maioria das vezes as situações que projetamos são frutos da nossa cabeça, não existindo, necessariamente, na vida das crianças.
Por exemplo, alguém que já passou por uma rejeição na escola, no período da infância e que ficou marcado por isso, facilmente pode se ver assombrado pelo medo de o filho passar pelo  mesmo. Assim, procura no ambiente de seu filho possíveis situações que possam levá-lo a ter a mesma experiência e tentam evitá-las. Porém, sem perceber que está fazendo uma projeção, ou seja, que está colocando na vida do filho algo que ocorreu com ele mesmo, começa a criar situações que não existem, tenta evitar algo que não irá acontecer necessariamente.
É importante analisarmos nossos medos, pensar sobre nossas escolhas de maneira crítica, pois além de nossas próprias projeções, inerentes à maternidade/paternidade, vivemos em uma sociedade capitalista que mercantiliza a criança, oferecendo - a ela e a  sua família - necessidades que não possuem, serviços dos quais não necessitam. Isto tira do foco a maioria dos pais da atualidade, fazendo com que deixem de olhar para seu filho e passem a olhar para produtos e serviços oferecidos.
Por fim, fica o convite (mais uma vez aqui neste blog) de voltar o olhar para dentro de si mesmo e de seu filho.
Dri

terça-feira, 8 de maio de 2012

Projeções (1ª parte)

Desde que se tem a notícia de que um bebê está a caminho, os novos pais começam uma trilha rumo ao sucesso (vou chamar assim) da paternidade/maternidade. Melhor dizendo, a pessoa se transforma com a notícia e rapidamente se imbui da responsabilidade de realizar, da melhor maneira possível, esta nova função. Este suposto sucesso _ que acaba sendo traduzido como o “sucesso” do próprio  filho_  serve como um troféu, indicativo de dever cumprido, de competência paterna/materna. Muitas vezes este mesmo troféu, alvo do olhar e orgulho dos pais, cega! Cega em relação às necessidades reais da criança, ao desenvolvimento integral e saudável da mesma, às suas capacidades e à sua essência.

A fim de cumprir bem seu dever de pai/mãe, a pessoa começa a olhar para um lugar chamado “aquilo que eu gostaria que meu filho fosse”. Como se pode perceber, este lugar possui duas características marcantes. A primeira é a da particularidade: muda de pessoa para pessoa e a segunda é a de que no começo ele está vazio. Para preenchê-lo, para completá-lo, os novos pais começam uma jornada inconsciente rumo à sua infância, ao seu interior, às suas frustrações e experiências próprias. E a criança? Fica ali, à mercê das projeções de seu pai e de sua mãe.

Projeção é o que fazemos com as pessoas em nossa vida, quando colocamos nelas, ou seja, do lado de fora de nós, o que está do lado de dentro. Um jeito bem simples de compreender este conceito é com o clássico e banal exemplo de quando, sem conhecer uma pessoa, dizemos que ela é “antipática” ( ou qualquer outro adjetivo que usamos para definir alguém sem conhecê-lo!). Como sabemos que uma pessoa que não conhecemos pode ser antipático, burro, muito inteligente, inovador ou qualquer outra coisa? Não sabemos, projetamos! Podemos projetar na pessoa uma característica que possuímos e não gostamos de ver em nós mesmos; assim como podemos projetar também algo que sempre buscamos lograr, mas que, segundo nosso próprio julgamento, não conseguimos.
Voltando ao tema da paternidade/maternidade, é comum olhar para o seu bebê e colocar nele várias características que ele não tem, mas que por projeção, reconhecemos no mesmo. Por exemplo, sempre escutei de pais de crianças entre 1 e 2,5 anos dizerem, com uma dose de orgulho, que o filho “tem a personalidade forte”. Quando pedia que me explicassem o que era “personalidade forte”, ouvia de todos a mesma coisa _ criança que quer ver seus desejos atendidos, que não se dobra com facilidade. Porém, crianças desta faixa etária, têm como característica a “personalidade forte” mesmo. Não é pessoal, é universal, ou seja, esta característica, em determinada faixa etária, é parte do desenvolvimento da inteligência e não diz respeito à força ou fraqueza da personalidade de nenhum sujeito. Porém, sob o olhar particular dos pais, não é assim. E esta projeção começa a definir algumas coisas dentro da dinâmica familiar e das relações entre pais e filhos.
Para minimizar os efeitos das projeções e conseguir estabelecer relações mais saudáveis com os filhos, precisamos estar atentos a dois pontos muito importantes. O primeiro refere-se ao que se projeta sobre os filhos. Quanto menos reflexão fazemos sobre nós mesmos, quanto menos investigamos nossas projeções, maiores elas serão. Esta investigação e reflexão levam à uma maior consciência dos nossos atos, mas é importante saber também, que não nos relacionamos sem projetar. Não podemos deixar de fazê-lo, porém quando temos cuidado de investigar e mantermo-nos atentos, deixamos nossos filhos mais livres para crescer e se desenvolver.

Dri




segunda-feira, 7 de maio de 2012

Semana de Festa, no CRESCE! Cortejo para o Cruzeiro da Água, teatro, cinema e muito mais!


Essa semana vai ser pequena, para tantos acontecimentos! 
Entre os dias 7 e 12 de maio, o CRESCE celebra a vida, a comunidade, a cultura e a troca! Venha! 

Dia 8/5 terça feira
18h30 Musicalização para crianças - ensaio para o cortejo Cruz de Fechos e coroação de Nossa Senhora.
19h20 Ocê na Cozinha - refeição saudável e coletiva.
20h Musicalização adultos - ensaio para o cortejo.  

Dia 10/5 quinta feira
18h30 Cinema no Ponto - exibição de três produções com o tema: água (Neste dia não haverá atividades em inglês, mas todas as crianças devem comparecer normalmente).
19h20 ensaio dos adultos para o cortejo (não haverá aula de pandeiro neste dia).
20h estréia do espetáculo ORATÓRIO (a saga de Dom Quixote e Sancho Pança) em frente ao CASA, na rua do CRESCE, mesmo.

Dia 11/5 sexta feira
20h15 Benção da Cruz de Fechos na missa de Nossa Senhora de Fátima
21h Festa de Fátima na rua (Av. Vênus, 140 - Vale do Sol)

Dia 12/5 sábado
16h concentração para o cortejo CRUZ de FECHOS no Trevo Vale do Sol/ Pasargada/Morro Chapéu
19h Procissão de Nossa Senhora de Fátima e Missa
20h Coroação de Nossa Senhora de Fátima
21h Festa na rua com barraquinhas e música

Dúvidas? 8689-4252

terça-feira, 24 de abril de 2012

Leitura, uma boa atividade

Hoje se comemora o Dia Internacional do Livro e o aniversário de morte de alguns escritores imortais como Cervantes e Shakespeare. Esta data me inspirou escrever sobre a importância do hábito de leitura!

Não há quem negue que ler é bom, é ótima atividade, mas apesar disto, continuamos sendo um país de poucos leitores (tanto Brasil quanto México!). Então, o que será que acontece?

A prática é a melhor maneira de transmitir um valor ou ensinamento: ou seja, dando o exemplo. Quantas vezes sugerimos aos nossos filhos que leiam, mas eles nunca nos vêem lendo?  

Em Belo Horizonte há uma biblioteca muito bacana, a Biblioteca Pública infanto-juvenil, que promove cursos, oficinas e possui um grande número de títulos adequados para todas as idades. Possui uma programação mensal, divulgada por correio eletrônico também, além de ser bastante acessível e fácil de se associar. A criança pode ter sua própria ficha e aprender a fazer os empréstimos e devoluções de livros. Este é um bom hábito e uma excelente atividade para todas as idades e ocasiões!
 
Aqui em Tijuana, a biblioteca infantil do Centro Cultural de Tijuana – CECUT, promove semanalmente a troca de livros, na qual as crianças levam seus livros para serem trocados com outras crianças. Além de boa economia, este é também um bom recurso, pois os pequenos aprendem, desde cedo a compartilhar, trocar e desfrutar dessa maravilhosa atividade que é a leitura! Quem gostou da idéia pode iniciar a troca aí também!

Dri

terça-feira, 17 de abril de 2012

Televisão x Relação Familiar e Afetiva

A coluna dorsal do projeto do CLIC é a brincadeira, a interação e a cultura. Não é à toa que sempre se fala sobre isto nas reuniões de pais, nos encontros de famílias e aqui mesmo, neste blog. A preocupação com a saúde da infância e sua preservação não é somente nossa. Que bom! Não somos nós os únicos que nos dedicamos a juntar o maior número de pessoas em prol de uma infância saudável. O Instituto ALANA, por exemplo, busca despertar a consciência crítica da sociedade sobre práticas de consumo de produtos e serviços por crianças e adolescentes. Luta para minimizar os impactos negativos causados pela mercantilização da infância e da juventude.
A pedido deste instituto, o Conselho regional de Medicina de São Paulo publicou um parecer técnico contra-indicando programas de televisão para menores de três anos. Este parecer pode ser conferido neste endereço:
Um dos argumentos utilizados no documento é o de que a criança pequena precisa de relações afetivas para se desenvolver, além da necessidade de ter “experiências reais”, como está escrito no mesmo documento.
O que eles estão falando é que as crianças precisam de relação e interação. Precisam que se olhe em seus olhos, que sejam incluídas nas atividades familiares, que sejam consideradas no planejamento da rotina e dos programas familiares.  E que não é uma boa opção entregá-las a uma babá eletrônica, na fase em que necessitam do contato com pessoas.
A criança pequena aprende interagindo com o meio, mexendo nas coisas, levando-as à boca, subindo e descendo  degraus, bancos e pequenas alturas, puxando e empurrando objetos, colocando e tirando coisas de dentro de caixas, gavetas e o que mais encontre pela frente. Cabe aos adultos saber oferecer a elas materiais adequados para que possam exercitar sua inteligência. A televisão não lhes oferece nada do que precisam!
Tive uma experiência muito interessante no mesmo dia em que li sobre a matéria deste parecer técnico mencionado acima. Levei uma de minhas filhas à dentista e  chegamos ao consultório junto com a doutora, que estava entrando com duas filhas, de 8 e 5 anos e um bebê de 10 meses. Quando vi a cena pensei: como irá trabalhar com toda a família?
Pois aprendi que é possível conciliar, perfeitamente, família e trabalho. Ao lado da sala de atendimentos, havia outra pequena sala com mesa e cadeiras tamanho infantil, caderninhos para desenhar e colorir e alguns brinquedinhos de bebê. Para lá se dirigiram as duas crianças maiores, enquanto a mãe foi para o consultório. A consulta começou normalmente, enquanto o bebê dormia em um bebê-conforto, na mesma sala onde estávamos. Quando ele acordou, ela  nos pediu um minutinho, foi carinhosamente vê-lo, tirou-o de sua cadeirinha e o levou, juntamente com uma bolsa cheia de coisas, para a sala onde estavam suas irmãs. Estas brincaram com ele e o alimentaram enquanto minha filha era muito bem atendida e orientada na sala ao lado. Passados uns minutos o pai foi buscar as crianças e levá-las para casa, enquanto a mãe terminava seu trabalho.
Fui para casa pensando em como podemos fazer arranjos familiares que unem a família, atenda bem às crianças sem que sejam colocadas no lugar de incapazes. Quantas vezes os adultos acreditam que são responsáveis pela alegria das crianças e seu entretenimento? Preocupam-se em diverti-las todo o tempo, como se não soubessem fazer isto sozinhas e  em grande parte dos casos encontram na televisão uma boa aliada, pois a criança se mantém quieta, enquanto o adulto termina seus afazeres.  Este, porém, se esquece das necessidades reais dos pequenos, de suas capacidades e de que há mil e uma maneiras de oferecer-lhes situações e materiais adequados à sua criatividade, aos seus jogos motores e simbólicos e à sua diversão.
Admirei a cena que presenciei no consultório dentário. A calma da mãe, a organização da família e a tranqüilidade e harmonia das crianças. Não acredito que isto aconteça todos os dias, mesmo porque as crianças vão à escola e participam de outras atividades, mas ficou claro que há muitas maneiras de  organizar os membros de uma família onde todos se respeitam, se ajudam e onde a relação afetiva é predominante.
Dri     

terça-feira, 10 de abril de 2012

Respeitar o ritmo de cada um

“Respeitar o ritmo de cada um” é uma frase muito ouvida e lida em muitos textos e livros. Mas o que realmente significa isto? Como respeitar o ritmo de uma criança que não caminha nos passos de seus colegas? Respeitar o ritmo deixa a criança atrasada?

Durante o desenvolvimento humano, cada pessoa caminha em seu passo. E o ritmo do passo depende de inúmeros fatores, dentre eles está a maturação do organismo e a maneira como a pessoa é criada. Quando muito protegida, sente dificuldade em lidar com desafios e diversidade. Ao passo que, quando muito desprotegida, sente-se por vezes insegura e pode reagir com uma aparente bravura, porém no fundo sentir-se muito desamparada.

Entendo respeitar o ritmo de cada um como oferecer as condições necessárias para que aquele organismo possa se desenvolver integralmente. Para isto, temos que lembrar que dentro de nós existe um espaço que é o das emoções, dos afetos e da disposição do próprio organismo para receber novas informações em determinado momento. Conheci uma criança de três anos que falava o abecedário completo e em ordem, escrevia seu nome completo e _ pasmem!_ “recitava” o teorema de Pitágoras. Porém, isto não significa que ela era conhecedora do assunto. Seu espaço interno, não estava preparado para digerir tais informações. Assim, apesar de repetir as informações dadas, não tinha o que fazer com elas.

Para respeitar o ritmo de uma criança, ou seja, para apoiá-la em seu desenvolvimento integral a fim de ajudá-la a crescer é preciso primeiro conhecê-la. Também é preciso conhecer sobre o desenvolvimento infantil. Pais, tios, avós e outras pessoas leigas podem fazer isto observando a criança e conversando com a mesma. Nestas situações podemos conhecer muito sobre seu universo, como pensam e a partir de que ponto agem. Já professores de diversas áreas e educadores em geral, têm o dever de estudar sobre o desenvolvimento infantil, a fim de propor situações adequadas aos seus pupilos. Esta já é a segunda parte de “respeitar o ritmo de cada um”.

Depois de conhecer as crianças, para aproximá-las do conhecimento necessitamos oferecer-lhes as situações adequadas. Em uma turma de 20 alunos vocês crêem que todos reagirão a uma mesma situação de maneira semelhante? Claro que não! Neste sentido, se o tema está de acordo com o universo da criança, porém ela sente dificuldade de dominá-lo é porque o adulto não soube oferecer-lhe situações adequadas, capazes de levá-la a aprender o que está sendo proposto, ou talvez ela não tenha tido tempo suficiente para assimilar o novo. Neste caso, o adulto responsável por desenvolver o assunto, deve buscar outros meios e estratégias que falem diretamente a quem está com dificuldade e dar-lhe o tempo necessário para entrar em contato com a nova informação. Sob este ponto de vista, não se pode montar um currículo cheio de temas a serem desenvolvidos em pouco tempo. Existe um processo que acontece dentro de nós de maneira que o organismo precisa assimilar, acomodar e equilibraruma informação nova, para depois se apropriar da mesma. Explicando de maneira simples, é como a digestão: primeiro mastigamos, ou seja, entramos em contato com uma nova informação, depois engolimos, o equivalente a colocar esta informação para dentro, em contato com outras que já dominamos, com tudo o que conhecemos e por fim, a digestão em si, que seria acomodar a informação nova ao que já temos construído como conhecimento e assim, somar a estes com propriedade. Neste momento, quando falamos sobre o assunto, não estamos repetindo a informação dada e sim, falando o que entendemos, incluindo nossos conhecimentos prévios, nossa história e nossa forma particular de ver as coisas.A aprendizagem está diretamente relacionada à autonomia! Mais importante que dar informações (que, afinal, podem ser buscadas em várias fontes sem necessidade de ajuda) é ajudar o organismo a pensar com autonomia.

Gosto muito do caso de um amigo do CLIC que, com seis anos de idade, bateu à porta da diretora de sua nova escola para reivindicar sua mudança de turma. Ele estando em desacordo com uma atitude da direção, reuniu argumentos e soube exatamente a quem procurar. Esta criança hoje já é grande e continua muito bem desenvolvida e autônoma, fazendo diferença entre os seus.

Não importa a fase do desenvolvimento que se encontra a criança, a compreensão deste processo e a maneira de agir são as mesmas. Ou seja, durante o processo de aprendizagem, precisamos respeitar o ritmo do indivíduo o que significa conhecê-lo, respeitar seu espaço interno, acolhê-lo, oferecer-lhe situações de aprendizagem adequadas e caminhar a seu lado, apoiando-o no que necessita.

Dri

quinta-feira, 29 de março de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

Eu odeio meu irmão

A primeira vez que ouvi a frase que intitula este texto  estava recém formada, não tinha filhos e achei o sentimento mais normal do mundo. Afinal, como psicóloga, havia trabalhado com muitas crianças e enquanto filha de meus pais, tive um irmão e lembrava-me de tê-lo odiado alguma vez na minha vida. Porém, o olhar dos pais da criança que proferiu esta frase, na ocasião, chamou muito a minha atenção. Eles me pediam algum tipo de ajuda, tentando não fazer alarde.

Há pouco tempo presenciei cena semelhante em minha própria família. Porém, desta vez, não era a psicóloga que estava ali para atender uma mãe aflita e sim, a própria mãe da criança que experimentava o mesmo sentimento do outro menininho! Não sei se vocês já passaram pela mesma experiência e o que sentiram, mas é algo, no mínimo, desconfortável. Para alguns adultos pode chegar a ser inadmissível ou errado ou até mesmo preocupante. Ou melhor, cada pessoa sentirá alguma coisa em relação a esta frase, quando ouvida de seu próprio filho. E acredito que ninguém sairá desta experiência como entrou!

Sentir raiva, ódio ou qualquer outro sentimento considerado por alguns, negativo, é lícito! Faz parte do ser humano sentir. E não escolhemos nossos sentimentos pelas pessoas que encontramos na vida. Além disso, uma família é composta por pessoas que não escolhemos para nossa convivência. Nascemos já fazendo parte dela e vamos aprendendo a conviver com seus membros e a gostar deles até compreendermos o grande valor que a família tem para nós.

Em relação ao relacionamento entre irmãos, também é um aprendizado constante. Dividir o espaço o tempo todo, conviver com os logros do outro, compartilhar o amor dos pais (coisa tão ameaçadora nos primeiros anos de vida!) custa um pouco de trabalho e esforço quando se trata de uma criança.
A convivência fraterna não dá descanso. É nosso primeiro aprendizado em relação à vida social. O irmão muitas vezes é um adversário. Outras, o melhor amigo!

É importante que cada indivíduo possa expressar o que sente em relação ao outro sem repressões, mesmo que este outro seja seu irmão. Odiar o irmão em alguma fase da vida não significa que nunca poderá  ter um bom relacionamento com  o mesmo. Apenas diz respeito a uma incapacidade de lidar satisfatoriamente com o turbilhão de sentimentos e as inúmeras situações em que uma pessoa, que tem a mesma mãe que você, está envolvida. A ameaça de perder o amor de nossa mãe talvez seja o maior desafio a ser enfrentado quando somos crianças!

E o que nós, pais, podemos fazer por nossos filhos em uma situação como esta? Acolhê-los! Aceitar o que sentem, não ficar preocupados em resolver o “problema”, deixar que a criança se expresse.  Lembrar que a convivência com os pares é uma das melhores situações na vida das pessoas. Ser respeitado em seus sentimentos ajuda a aprender a respeitar o que outras pessoas sentem.

E para finalizar, contarei o que minha filha disse-me depois de ter passado sua longa fase de odiar a irmã: “na verdade, mamãe, eu amo ela! Ficava falando aquelas coisas quando sentia raiva.” Eu acredito na minha filha!

Dri

sexta-feira, 9 de março de 2012

Poesia

Hoje li uma matéria sobre um Sarau de Poesia que acontece em BH semanalmente. Achei a idéia fantástica e quis estar em Belo Horizonte naquele momento!  

Não sou poeta, nunca fui, mas quando era adolescente lia e brincava de escrever poesias. Tenho meu caderninho de poemas até hoje e continuo gostando dele. Não por sua qualidade literária,  mas pelo fato de lembrar de sentimentos juvenis e alguns momentos vividos expressos através desta linguagem.
A poesia pode nos fazer viajar, levitar, rir e chorar. Ela é capaz de tocar lá no fundo do nosso coração, a ponto de não encontrarmos palavras que possam expressar com exatidão os sentimentos que experimentamos ao lê-la. Ela pode ser simples ou complexa, profunda, indecifrável ou leve e direta. Ela pode trazer-nos cheiros, cores, sensações, sentimentos, lembranças, assim como idéias novas, ou mesmo inspirar-nos em um novo projeto.

A poesia pode ser uma porta para a introspecção, para a expansão, para o relaxamento e para muitos lugares e estados de espírito!

Pessoas habituadas a ler poesias podem aproximar-se  mais do que sentem. Têm mais recurso para se expressar. E como é bom nos expressarmos bem!
Outra boa lembrança que trago dos meus tempos de “poeta”, divididos com  uma grande e querida amiga, refere-se aos momentos em que compartilhávamos nossos poemas. Podíamos passar muitas horas do dia lendo uma para a outra o que havíamos escrito, trocando confidências, aprendendo sobre o que vivíamos e sentíamos. Naquela época não existia internet e não trocávamos links, mas sim livros de poetas que nos inspiravam ou que havíamos descoberto. São lembranças deliciosas que trago da minha juventude e que, sempre que posso, gosto de compartilhá-las com outras pessoas.

Para quem se  interessar e quiser se inspirar, o sarau Sementes de Poesia acontece sempre no terceiro domingo do mês, das 10h às 12h, na Praça dos Fundadores, dentro do Parque Municipal. Há também outro sarau organizado pelo músico e poeta Kdu dos Anjos, que é quinzenal e para saber o próximo endereço é preciso acompanhar o blog ou o Facebook do projeto.

Dri

terça-feira, 6 de março de 2012

Em prol da boa convivência social

Escrevendo o último texto Não é não lembrei-me que, antes de tudo, precisamos ser um bom exemplo para nossos educandos, ou seja, precisamos ser coerentes com o que dizemos a eles e lembrar-nos de que observam nossos atos 24 horas por dia. Então, mais descontraidamente, começarei abaixo uma lista com algumas atitudes indispensáveis à boa convivência social, outras referentes à gentileza, mas que também dizem respeito à compreensão de limites. Porém, desta vez, referente à conduta de adultos, que são os maiores exemplos para as crianças.
Vocês podem terminar de completar a lista e quando ela estiver bem consistente podemos com partilhá-la com todos os nossos contatos!
Aí vai:
  • Não parar o carro em fila dupla,
  • Não fechar os cruzamentos no trânsito, mesmo quando se está com pressa,
  • Cumprimentar as pessoas quando se chega em algum lugar, mesmo que não as conheçamos,
  • Dizer “saúde” quando alguém perto de você espirra (esta aprendi aqui no México e acho super gentil!),
  • Não utilizar o espaço reservado para os artistas em uma apresentação,
  • Desligar o telefone celular nos cinemas, sala de aula, palestras, reuniões, shows e apresentações em geral,
  • Ser educado ao fotografar uma criança nas apresentações escolares, tendo o cuidado de não atrapalhar os demais espectadores,
  • Não demorar mais de 10, 15 minutos com o carro estacionado no “embarque e desembarque” da porta da escola,
  • Direcionar as queixas que possa ter às pessoas que realmente possam fazer alguma coisa por você, no lugar de disseminar discórdia e fofoca,
  • Pedir desculpas quando comete erros ou indelicadezas,
  • Agradecer,
  • Cooperar com o grupo no qual está inserido,
  • Jogar o lixo na lixeira,
  • Preferir, sempre, retornáveis a descartáveis,
  • Ensinar às crianças a diferença entre participação e intromissão,
  • Ensinar às crianças que o instrumento musical de um artista é seu instrumento de trabalho e, assim como tantas outras coisas que pertencem às outras pessoas, para tocá-lo é preciso pedir permissão ao dono.
  • ...  (ajude a completar a lista com suas sugestões)
Dri

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Não é não

Falamos muito em colocar limites às crianças. Usamos muito a palavra“limite” quando estamos falando em educação de crianças e dos nossos filhos. Mas o que entendemos, realmente, por limite? Saber obedecer? Não contestar? Fazer o que se manda? Respeitar? Compreender que existe um espaço que é o nosso e outro que é de outra pessoa? Não invadir o espaço dos outros?

Não podemos duvidar de que um não sincero, dito uma só vez, de dentro do coração, não dá espaço para ambiguidades, não deixa dúvidas e cumpre sua finalidade. Dependendo da idade da criança, ela irá verificar se aquele não é um não verdadeiro e uma vez conferido, ela saberá do que se trata.

Crianças entre 1 e 2 anos não têm regras internalizadas, ou seja, não sabem o que quer dizer “isto não pode”. Do mesmo modo, também não sabem que se lavam as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro, que usa-se palavras como “obrigado”, “desculpa-me”, por favor”. Estas crianças, precisarão repetir várias vezes uma mesma ação até que entendam todas as regras que regem a convivência social. Mas para isto, necessitam contar com adultos coerentes, dispostos a ajudá-las na busca desta compreensão.

Coerência e paciência são virtudes indispensáveis à educação de crianças pequenas. E das grandes também!
Para ajudar uma criança a compreender que uma regra precisa ser respeitada, que a palavra não significa o contrario de sim, há que se agir com coerência e ter paciência até que ela compreenda, dentro de si mesma, o que estamos tentando ensiná-la. Muitas vezes temos que ajudá-la com atitudes, indo até ela e ajudando seu corpo a parar aquela ação. Saber parar é um aprendizado que leva um certo tempo. Então, precisamos olhar dentro dos seus olhos, dizer que não, pegar na sua mão e oferecer-lhe outra coisa. Se der birra, esperar pacientemente que a birra acabe para, então, começar uma nova conversa. Nenhum ser humano consegue conversar no meio de uma birra. Imagine-se nervoso, gritando, chorando, querendo despejar toda sua raiva no mundo e alguém ao seu lado falando sem parar, te prometendo coisas e querendo comprar sua explosão de nervos com ofertas. O que você sentiria?

Voltando à birra e ao não, vale uma criança, em pleno processo de aprendizado sobre seus sentimentos, dar birra. O que não vale é o adulto, responsável por encaminhar esta criança, por cuidá-la e educá-la, render-se aos seus caprichos.
O não e os limites postos organizam internamente as crianças, oferecendo-lhes um eixo que elas ainda não possuem. Não ter limites, poder tudo o tempo inteiro, ser prontamente atendido em seus desejos, assim como não ter a chance de se frustrar é extremamente ameaçador, aterrorizante e não ajuda, em nada, o crescimento dos sujeitos.
Crianças a partir dos 3 anos de idade já começam a internalizar as regras e podem respeitar, com facilidade, algumas delas. Depois dos 4/ 5 anos as crianças são capazes de cooperar em grande parte das situações sociais e familiares que vivem cotidianamente. Assim como são capazes de contribuir para o planejamento da rotina (familiar e escolar), resolver problemas e propor algumas soluções para as dificuldades encontradas em seus percursos. Já com 5/6 anos podemos ter grandes, divertidos e agradáveis parceiros dentro de casa!
Nós, adultos, precisamos avaliar o quanto temos contribuído para o crescimento das crianças ou o quanto atrasamos este crescimento com nossa frequente permissividade.
Se somos capazes de dizer não a uma criança, de indicar-lhe limites nas situações vividas, de ensinar-lhe o respeito por ela mesma, pelas pessoas e pelo meio que a cerca, estamos perto de ajudá-la a desenvolver-se com autonomia, confiança e segurança.

Dri

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Brincando nas férias


Quando começam as ferias, vários pais se preocupam com o que fazer com as crianças durante tantos dias dentro de casa. A busca por colônias de férias e atividades fora de casa, em clubes, academias e oficinas artísticas é incansável por parte de vários pais de família.Neste movimento precipitado, corre-se o risco de se esquecer do personagem principal desta história: a criança.

Mais uma vez é preciso que se perguntar: de quê a criança necessita neste período? Não acredito que seja de uma agenda cheia de compromissos como acontece com muitas delas ao longo do ano. Como todo ciclo, há o tempo de plantar e o tempo de colher, o tempo de produzir e o tempo de descansar.

Como nós, contemporâneos, temos dificuldade para descansar! E descansar não é exatamente o mesmo que se “escarrapachar” no sofá, frente a televisão, e aí mesmo permanecer inerte, o resto do dia! Ao contrario, descansar pode ser muito produtivo, prazeroso e recarrega as energias. A criança descansa em uma brincadeira inventada com materiais simples como um chapéu, alguns panos, uma espada ou sapatilhas e por aí vai uma infinidade de idéias. Neste tipo de brincadeira ela descansa da correria do seu dia-a-dia, das exigências do mundo em que vive, do ritmo alucinante que lhe tem sido imposto nos últimos tempos. Descansa dos adultos, das regras impostas e que nem sempre consegue segui-las, da infinidade de estímulos que insistimos em dar-lhes em nome do seu desenvolvimento e de sei-lá-mais-o-quê!! Alem disso, não é preciso parar de brincar para tomar banho e comer. Em qualquer espaço simbólico há lugar para estas “tarefas” necessárias à rotina de qualquer pessoa. Basta termos um pouquinho de sensibilidade para introduzir-las.

Na sua brincadeira pessoal a criança é capaz de entrar em um mundo próprio, construído conforme suas próprias escolhas, com elementos que são necessários à sua sobrevivência... e descansa na sua magnitude e sabedoria interior. É preciso que o adulto saiba promover espaço e tempo para isto e dar licença para a criança descansar na sua brincadeira. Lembrando que a casa onde habitamos é o nosso porto seguro, o lugar onde encontramos aconchego e segurança.

Experimente oferecer um quintal para o seu filho!

Dri