sexta-feira, 23 de setembro de 2011

3º Festival de Brincadeiras de Rua


3º FESTIVAL DE BRINCADEIRAS DE RUA

DIA 24/09/2011, DE 10:00 ÀS 12:00,
NA RUA CAMPANHA, BAIRRO CARMO EM BELO HORIZONTE.
ESTÃO TODOS CONVIDADOS!

3º Festival de Brincadeiras de Rua

A brincadeira está para a criança, assim com o trabalho produtivo está para o adulto.
A brincadeira promove a criança em sua qualidade de ser criança.
A brincadeira desenvolve potencialidades, é uma forma de comunicação, socializa, ajuda na compreensão de mundo e diverte!
Brincar é importante para o crescimento pessoal do sujeito. A criança que não brinca, padece.
Através dos jogos infantis e das brincadeiras, as crianças falam de si mesmas, inventam histórias, compreendem o mundo, organizam-se internamente, desenvolvem-se integralmente.
No mundo de hoje faz-se muito necessário iniciativas como esta do CLIC!, de fazer o Festival de Brincadeiras de Rua. É mais importante que nunca, gritar bem alto, para todo mundo ouvir, o quanto a brincadeira é importante e necessária.
Façamos isto por nossas crianças! Vamos todos brincar na rua do CLIC!
Bom divertimento!
Dri

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre a educação dos filhos e os manuais de como educá-los

Há alguns anos o mercado literário vem crescendo significativamente em relação aos títulos sobre como educar os filhos. Existe livro para todo tipo de filho: livro que ensina a educar meninos e livro que ensina a educar meninas, livro que ensina a criar um filho vencedor, a educar com limites, a criar filhos únicos e assim por diante.
Venho de  tradicional família mineira. Meus pais foram criados no interior, provenientes de uma família relativamente grande. Todos os filhos dos meus avós maternos e paternos são pessoas honestas, trabalhadoras, que formaram suas famílias, criaram seus filhos e viveram felizes, com todas as dificuldades, felicidades e infelicidades das pessoas humanas. Assim também são seus netos: pessoas normais, que souberam encontrar felicidade na vida que escolheram. Por esses motivos posso dizer que são pessoas bem sucedidas.
Na época dos meus avós não havia os tais livros de auto-ajuda, muito menos manuais de educação de filhos. As regras da boa educação eram transmitidas de geração em geração, com forte influência dos valores da Igreja Católica.
Os filhos desta geração também seguiram o mesmo caminho, apoiando-se em sua família de origem, nos valores por elas transmitidos e na educação católica que receberam.
Alguns filhos, quando adultos, refletiram e selecionaram, das atitudes e ensinamentos de seus pais, o que iriam repetir ou descartar para sua vida e para a educação de seus próprios filhos. Ainda assim, também os criaram com base em sua própria educação. A esta eram agregados os conhecimentos adquiridos fora de casa, as trocas de experiências, os estudos, as leituras e o acompanhamento do mundo, assim como os valores adquiridos através da religião.
A convivência familiar era importante e valorizada. Ninguém se sentia sozinho e contava sempre com a opinião de algum membro da família para suas atitudes. A educação era, então, compartilhada, alimentada pelo seio familiar.
Considero o exemplo da minha família uma pequena referência para pensarmos nas famílias da mesma época, uma vez que a minha é uma família bem típica e tradicional.
Vejo que as gerações atuais vêm perdendo a convivência familiar. Com o tempo, as famílias estão se tornando menores e seus membros mais distantes uns dos outros. Os pais de hoje, buscam na literatura respostas fáceis para o que não conseguem entender,  regras e receitas para agirem com seus filhos de acordo com o que é vendido a eles. Assim, é delegado aos autores deste tipo de livros o saber sobre como agir com uma criança que eles nunca viram, em determinada situação que desconhecem.
Para vender os livros, existe a fórmula da receita de bolo: faça isto e terá como resultado, aquilo. Assim são escritos os tais livros para os pais atuais, com regras sistematizadas e planejadas para cada comportamento da criança, a fim de obter, como resultado, uma criança com limites, que sabe dormir sozinha, comer sozinha, que não dá birra e não responde aos pais. Esta criança, dizem os livros, será capaz de se tornar um adulto  bem sucedido, capaz de concorrer no mercado de trabalho, ser  líder e, enfim, ter uma posição bem definida na vida. Ou seja, os livros vendem a idéia da possibilidade de se criar um filho como dita o mercado de consumo, levando os pais a acreditar que seus filhos precisam ser os melhores em tudo e que, para isso, devem fazer uma infinidade de aulas extracurriculares, possuir brinquedos específicos, vestir-se de determinada maneira e assim por diante.
Os livros de auto-ajuda, para a educação dos filhos, têm como referência uma teoria do comportamento que busca controlar o comportamento dos indivíduos sem considerar  processos mentais como o pensamento e os sentimentos. Se formos aderir às receitas propostas por tais literaturas, estaríamos considerando a incapacidade de nossos filhos de pensar criticamente, analisar, concluir, assim como estaríamos desconsiderando, também, seus sentimentos.
 Em uma receita de bolo não há espaço para a reflexão. É só seguir a receita como está escrita e o bolo fica pronto. Porém, na criação dos nossos filhos não é assim. Cada pessoa é única e nessa condição, cada um enxerga o mundo à sua maneira, age de forma distinta, necessita de estímulos diferentes para se desenvolver e faz escolhas independentes das de seus pais.
 A fórmula mágica que tantos pais buscam para educar bem seus filhos não existe!
Deve existir, sim, um olhar atento do pai para com o seu filho a fim de conhecê-lo e compreendê-lo, para saber como ajudá-lo em seu crescimento. Erros terão mil e com eles os pais também aprendem. Assim como aprendem com a negativa do filho, com as escolhas distintas que ele faz, com os caminhos que ele é capaz de lhes apontar.
Antes de procurar soluções do lado de fora, na literatura fácil, é preciso procurá-las do lado de dentro. Perguntas como: “como eu enxergava esta situação quando era criança?” ou “quais escolhas me trouxeram aonde cheguei hoje?”, “o que me fez ser como sou?” são capazes de ajudar os pais a se aproximarem do universo dos seus filhos, a compreender este universo e, assim, saber o que sua criança necessita.
A convivência familiar é grande aliada na educação dos filhos, uma vez que retroalimenta a família afetivamente e ajuda os filhos a confiarem em seus pais e sentirem-se seguros.
A escola e sua equipe especializada também é outra aliada. Não para dar receita de bolo, mas para refletir junto à  família sobre cada fase do desenvolvimento das crianças e suas necessidades: ressalta-se que necessidade é muito diferente de vontade.
Para quem gosta de recorrer à literatura como um recurso para a educação dos filhos, pode buscar conhecimento nas ciências: a psicologia, a sociologia, a história e a pedagogia não darão nenhuma receita aos pais, mas são capazes de oferecer suporte para a compreensão do ser humano e suas fases do desenvolvimento. Para transformar estes conhecimentos em boas ações educativas, há que se fazer esforço. Mas vale muito a pena!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando o sofrimento de um filho dói no pai

É indiscutível que os pais queiram o melhor para seus filhos e que queiram oferecer-lhes uma boa condição de vida e situações promotoras de crescimento. Porém, existe o mundo e suas intempéries. Existem pessoas distintas e situações que fogem ao nosso controle. Nestes casos, o que fazer?

Há um momento na vida de nossos filhos em que passarão a viver situações longe dos nossos olhos. Farão escolhas, mesmo que não tenham consciência delas. Viverão aventuras sem serem monitorados por nós. E também, terão experiências desagradáveis.  Nestas ocasiões, quando não souberem o que fazer ou quando sentirem-se tristes e contrariados, recorrerão a nós. Pedirão ajuda, chorarão seus prantos.
Enquanto porto seguro dos filhos, os pais precisam saber ouvir, compreender o que sente aquela criança e o que ela precisa, realmente, naquele momento. Precisam, principalmente, segurar seu impulso de sair correndo para resolver a situação por ela. É comum este pai/mãe reviver situações de sua própria infância sem se dar conta disso, quando vê o filho sofrer. Nestes casos, quando não tem a consciência de ter sido acometido por um sentimento particular e confunde-se com sua criança, o adulto tenta resolver um problema que não é seu, impedindo, assim, que a criança encontre seus próprios recursos para resolvê-lo sozinha.
Saber ouvir um filho não é o mesmo que resolver um problema para ele. Saber ouvi-lo é compreender seus sentimentos para ajudá-lo a pensar em possíveis soluções para seu problema. Ou, muitas vezes, ajudá-lo a enxergar que não há um verdadeiro problema.
Saber ouvir é não se confundir com a criança. É não achar que seu filho está vivendo o mesmo que você viveu em sua própria infância.
Saber ouvir, muitas vezes, é somente acolher o choro, aconchegar a criança e deixá-la simplesmente sentir o que está sentindo. É saber que o sofrimento faz parte da condição humana e que ele também leva ao crescimento.
É preciso acreditar que um filho é capaz de transpor obstáculos. Quando os pais acreditam na capacidade de seus filhos, transmitem isto a eles através de várias atitudes. E o filho, sábio leitor das ações de seus pais, aprende que é capaz.
Assim, quando uma criança consegue transpor um obstáculo, gerador de sofrimento sozinha, ou seja, com seus próprios recursos,  chegará do outro lado mais forte e confiante!
Dri