segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sobre o consumismo

Em outros textos postados neste blog já havia escrito sobre o consumismo, mas volto ao tema, pois sempre está batendo à nossa porta e pode gerar, na infância, graves conseqüências como: obesidade,  violência,  erotização precoce,  materialismo e a crença de que ter é mais importante que ser.
Consumimos, todo o tempo, além de bens materiais, idéias que nos são vendidas e que passamos a acreditar que são reais, ou seja, acreditamos necessitar consumir o produto que nos vendem, seja ele um livro, uma aula especializada para nossos filhos ou um destino para as próximas férias.
A força das propagandas é tão grande que muitas vezes deixamos de analisá-las criticamente e somos facilmente conduzidos pelo que estão nos vendendo. Acreditamos na necessidade inventada pelo comércio e conduzimos nossas vidas e organizamos nossa rotina para conseguirmos comprar estes produtos.
Nossos filhos são levados com mais facilidade pela onda de consumo e o pior, sem a possibilidade de fazer crítica, devido a pouca idade e falta de recursos.
Para ilustrar a grande oferta de produtos que temos hoje em dia, um simples exemplo: quando era criança, lembro-me de escolher entre Coca-Cola, Guaraná Antártica e Fanta. Hoje em dia, se vamos pedir uma simples Coca o garçom nos pergunta: ligth, diet, lemon, normal ou plus?
Quando se trata da educação de crianças, é oferecida aos pais, desde a gestação até completar a universidade, uma infinidade de “necessidades indispensáveis à boa educação”, que os envolvem facilmente.
É comum acreditar na necessidade de todos, nos aparatos tecnológicos oferecidos, nas milhões de formas de estimulação precoce, nas infinitas aulas especializadas que farão com que os filhos sejam bem desenvolvidos, além de tantas condutas que vendidas a fim de transformar o casal em bons pais. Será? Mais uma vez me pergunto (e a vocês também), é necessário olhar para fora? É necessário buscar tudo isto do lado de fora de nós mesmos? Concordo com quem diga que o mundo caminha, que precisamos conhecer e avaliar outras perspectivas e acompanhar o andamento da ciência, mas isto é diferente do consumismo exacerbado.
Estamos nos acostumando a colocar coisas materiais no lugar das relações afetivas. Hoje em dia as crianças não sabem o que têm em sua casa para brincar de tantos brinquedos que possuem; estão constantemente insatisfeitas, têm extrema dificuldade em lidar com a frustração, não conhecem o significado da palavra persistência, têm muito trabalho para envolver-se por um período de tempo maior em determinado assunto e costumam tratar seus amigos como têm feito com os objetos que ganha: de maneira descartável. Vejo estas atitudes como conseqüência da onda de consumismo que assola nossos tempos.
Há atitudes muito importantes para o desenvolvimento saudável do ser humano e posso citar algumas: amizade, perseverança, envolvimento, esforço, capacidade de solucionar problemas, tolerância e muito mais. Se queremos colocar no mundo pessoas saudáveis e produtivas, precisamos repensar nossas atitudes em relação ao consumo exacerbado!   
Dri

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