quinta-feira, 31 de maio de 2012

O compromisso com a natureza


Aqui em Tijuana (não sei se em todo o México) é muito comum oferecerem nas ruas, nas escolas e em casa de parentes e amigos, quando há reunião de pessoas, pratos de isopor, assim como talheres e copos descartáveis. Todos usam sem a menor preocupação com a produção de lixo.
Certa vez, em uma reunião em minha casa,  arrisquei-me a dizer que preferia lavar os pratos que utilizar descartáveis e várias pessoas se horrorizaram e manifestaram-se contra minha escolha, dizendo que dava muito trabalho e que não fazia sentido.
Neste fim de semana, recebi por correio eletrônico um vídeo sobre o que está sucedendo em uma ilha do Pacífico, a 2000 km de distância de qualquer costa. Nesta ilha, habitada por um grande número de aves, completamente preservada da civilização,  os pássaros estão morrendo por ingestão de lixo humano! Estamos matando a Natureza de várias formas com nossos hábitos modernos e nosso descaso com ela.
Somos viciados em algumas atitudes prejudiciais ao ambiente, não gostamos de mudar aquilo que costumamos fazer, não queremos ter o trabalho de mudar nossa rotina e nossos costumes, gostamos da mordomia, buscamos o conforto e comumente nos esquecemos de contribuir com a preservação do ambiente. Já estamos caducos, não conseguimos sair do nosso conforto, temos argumentos demais para isto. A falta de tempo é a nossa melhor aliada quando queremos nos livrar da responsabilidade sobre a mudança de hábitos.
Penso que as crianças, se bem educadas nesse sentido, são a esperança para a preservação da Natureza, pois elas estão mais abertas a toda e qualquer aprendizagem, sendo capazes de adquirir hábitos e costumes mais corretos que os nossos, além de criar novas atitudes que possam beneficiar o meio ambiente, a partir da consciência de que nós e a Natureza somos parte da mesma “bola” (como dizem as próprias crianças, referindo-se ao planeta Terra), ou seja, somos um. Só elas, as crianças, serão capazes de mudar o rumo dessa prosa! Porém, esbarramos em um empecilho: nós adultos, somos quem as educamos! Como podemos ensiná-las o amor e cuidado com a Natureza se não sabemos como fazê-lo? Como podemos falar sobre diminuição da produção de lixo, se não cuidamos do lixo que produzimos? Como falar em preservação ambiental, se somos grandes consumistas, sem tempo, preocupados com o trânsito e as contas a pagar? Gasto exagerado de água e energia elétrica, consumismo exagerado, destruição ambiental, crescimento da especulação imobiliária nos grandes centros fazem parte da nossa vida! Precisamos muita reflexão e coragem para avaliarmos nossos hábitos e buscarmos alternativas mais sustentáveis para eles.
Quem quiser um motivo para se preocupar um pouco mais com o meio ambiente, assista o seguinte vídeo:  http://www.midwayfilm.com
Proponho a vocês, leitores do blog do CLIC!, uma avaliação dos hábitos cotidianos que não estão de acordo com uma vida mais sustentável e uma possível solução para eles. Isto é algo bastante difícil de ser feito para todos nós, por isto, proponho também que as novas atitudes sejam compartilhadas com todos no mural virtual do Facebook “Comprometidos com a Natureza”. Assim, podemos começar a aprender e a agir mais a fim com a Natureza e multiplicar, em uma corrente de boas atitudes, as idéias e conquistas de cada um.
Dri

Honestidade e coerência

“Se você fosse ele, teria feito a mesma coisa, não é?" Esta foi a frase que uma de minhas filhas me disse, referindo-se à atitude do personagem principal do livro O Pote Vazio, de Demi.

A história conta que o Imperador da China, na tentativa de escolher seu sucessor, distribuiu a todas as crianças chinesas uma semente especial, dizendo que, quem provasse que havia feito o melhor possível dentro de um ano, seria seu sucessor. Ping, o personagem principal, passou todas as estações do ano cuidando dedicadamente de sua semente, mas ela não germinou. Então, no dia marcado, ele levou um pote vazio para ser apresentado ao Imperador, enquanto todas as outras crianças daquele país levavam seus vasos com flores lindas e bem cuidadas. Para a surpresa de todos, o Imperador escolheu Ping como seu sucessor, pois havia dado uma semente queimada a cada criança e diante daquele que lhe havia levado a verdade, sentiu-se seguro de sua escolha.
Estávamos conversando sobre honestidade, dedicação e responsabilidade e minha filha estava segura de que eu, sua mãe, possuía estas características.

Sua frase teve um efeito muito profundo em mim, pois colocou-me diante da real responsabilidade sobre a formação de seus valores. Ela não duvidou dos meus atributos, não me disse que poderia fazer o mesmo nem mencionou outra pessoa. Era sua mãe a que sabia agir da mesma forma que o Imperador da China!
Fiquei pensando na importância da honestidade e coerência em nossos atos. Honestidade em admitir falhas e erros perante nossos filhos, honestidade em pedir perdão quando falhamos com eles, honestidade para consertar o que fizemos mal feito, para voltar atrás em alguma escolha equivocada. Honestidade para admitirmos fraquezas e limitações, mesmo que seja um simples: “hoje não estou com vontade de fazer isto com você. Quem sabe podemos fazê-lo um outro dia?” Honestidade também para admitirmos que não sabemos tudo e que não somos donos da verdade e aceitar que nossos filhos possam fazer escolhas diferentes das nossas. Honestidade também nos argumentos que sustentam nossas escolhas!

Coerência em nossas atitudes. Que elas possam exemplificar e reforçar tudo o que lhes transmitimos verbalmente.  E como isto, às vezes, é tão difícil!

Quantas vezes falamos, por exemplo, que se deve atravessar a rua na faixa de pedestres e eles nos vêem atravessando no meio da rua? E em lugar de admitir nosso erro, damos uma desculpa como, por exemplo: “é porque agora estou com pressa e não quero que você se atrase para o cinema!”.  Ou ainda nos ouvem falar sobre as leis de trânsito e ao mesmo tempo atender o celular enquanto estamos dirigindo.

As crianças estão conectadas em seus pais 24 horas por dia e 365 dias por ano. Somos seu exemplo, nos seguem e nos têm, até certa idade, como as pessoas mais sábias e corretas do mundo!
Um dos lados mais bonitos da maternidade e da paternidade é este, superarmo-nos, buscarmos incansavelmente nosso desenvolvimento pessoal, a fim de contribuir com o crescimento e o desenvolvimento dos nossos filhos. E que bom que eles existem em nossas vidas!

Dri




sexta-feira, 11 de maio de 2012

Projeções (2ª parte)

Gostaria de sugerir um ponto de partida para a investigação pessoal de cada um, a respeito de suas possíveis projeções: comece pela análise da própria infância social e particularmente falando. Como era a época em que viveu? O que acontecia na sociedade da qual fez parte? Quais eram as crenças no país onde vivia? O que se fazia naquela época? O que as crianças faziam? Como se sentia diante de tudo isto? Pontos de partida...
A criança que fomos pode nos ajudar a nos aproximarmos de nós mesmos a fim de definirmos onde queremos chegar e o que esperamos de nós como pais. Esta reflexão, se feita de forma profunda, responsável e amorosa nos leva a compreender quais são nossos verdadeiros valores, o que buscamos e o que temos para oferecer. Assim, já temos meio caminho andado para não nos perdermos frente a tantas teorias vendidas pelo mercado de consumo.
Quando não colocamos atenção ao que é devido, projetamos sobre nossos filhos nossas próprias angústias e medos e deixamos de enxergá-los. Fazemos isto de forma totalmente inconsciente, mas é preciso estar mais atento. Precisamos aprender a discernir o que é nosso e o que é somente dos nossos filhos.
Quantos medos temos quando nos tornamos pais? Medo de que o filho não tenha amigos, medo de que o filho caia e se machuque, medo de que ele precise de algo e o adulto que estiver com ele não saiba, medo de que adoeça, medo de que não leia, medo de que seja rejeitado, medo disto e daquilo. Somos capazes até de inventar situações que não existem por causa dos nossos medos! É preciso que se compreenda que estes medos são nossos e que na maioria das vezes as situações que projetamos são frutos da nossa cabeça, não existindo, necessariamente, na vida das crianças.
Por exemplo, alguém que já passou por uma rejeição na escola, no período da infância e que ficou marcado por isso, facilmente pode se ver assombrado pelo medo de o filho passar pelo  mesmo. Assim, procura no ambiente de seu filho possíveis situações que possam levá-lo a ter a mesma experiência e tentam evitá-las. Porém, sem perceber que está fazendo uma projeção, ou seja, que está colocando na vida do filho algo que ocorreu com ele mesmo, começa a criar situações que não existem, tenta evitar algo que não irá acontecer necessariamente.
É importante analisarmos nossos medos, pensar sobre nossas escolhas de maneira crítica, pois além de nossas próprias projeções, inerentes à maternidade/paternidade, vivemos em uma sociedade capitalista que mercantiliza a criança, oferecendo - a ela e a  sua família - necessidades que não possuem, serviços dos quais não necessitam. Isto tira do foco a maioria dos pais da atualidade, fazendo com que deixem de olhar para seu filho e passem a olhar para produtos e serviços oferecidos.
Por fim, fica o convite (mais uma vez aqui neste blog) de voltar o olhar para dentro de si mesmo e de seu filho.
Dri

terça-feira, 8 de maio de 2012

Projeções (1ª parte)

Desde que se tem a notícia de que um bebê está a caminho, os novos pais começam uma trilha rumo ao sucesso (vou chamar assim) da paternidade/maternidade. Melhor dizendo, a pessoa se transforma com a notícia e rapidamente se imbui da responsabilidade de realizar, da melhor maneira possível, esta nova função. Este suposto sucesso _ que acaba sendo traduzido como o “sucesso” do próprio  filho_  serve como um troféu, indicativo de dever cumprido, de competência paterna/materna. Muitas vezes este mesmo troféu, alvo do olhar e orgulho dos pais, cega! Cega em relação às necessidades reais da criança, ao desenvolvimento integral e saudável da mesma, às suas capacidades e à sua essência.

A fim de cumprir bem seu dever de pai/mãe, a pessoa começa a olhar para um lugar chamado “aquilo que eu gostaria que meu filho fosse”. Como se pode perceber, este lugar possui duas características marcantes. A primeira é a da particularidade: muda de pessoa para pessoa e a segunda é a de que no começo ele está vazio. Para preenchê-lo, para completá-lo, os novos pais começam uma jornada inconsciente rumo à sua infância, ao seu interior, às suas frustrações e experiências próprias. E a criança? Fica ali, à mercê das projeções de seu pai e de sua mãe.

Projeção é o que fazemos com as pessoas em nossa vida, quando colocamos nelas, ou seja, do lado de fora de nós, o que está do lado de dentro. Um jeito bem simples de compreender este conceito é com o clássico e banal exemplo de quando, sem conhecer uma pessoa, dizemos que ela é “antipática” ( ou qualquer outro adjetivo que usamos para definir alguém sem conhecê-lo!). Como sabemos que uma pessoa que não conhecemos pode ser antipático, burro, muito inteligente, inovador ou qualquer outra coisa? Não sabemos, projetamos! Podemos projetar na pessoa uma característica que possuímos e não gostamos de ver em nós mesmos; assim como podemos projetar também algo que sempre buscamos lograr, mas que, segundo nosso próprio julgamento, não conseguimos.
Voltando ao tema da paternidade/maternidade, é comum olhar para o seu bebê e colocar nele várias características que ele não tem, mas que por projeção, reconhecemos no mesmo. Por exemplo, sempre escutei de pais de crianças entre 1 e 2,5 anos dizerem, com uma dose de orgulho, que o filho “tem a personalidade forte”. Quando pedia que me explicassem o que era “personalidade forte”, ouvia de todos a mesma coisa _ criança que quer ver seus desejos atendidos, que não se dobra com facilidade. Porém, crianças desta faixa etária, têm como característica a “personalidade forte” mesmo. Não é pessoal, é universal, ou seja, esta característica, em determinada faixa etária, é parte do desenvolvimento da inteligência e não diz respeito à força ou fraqueza da personalidade de nenhum sujeito. Porém, sob o olhar particular dos pais, não é assim. E esta projeção começa a definir algumas coisas dentro da dinâmica familiar e das relações entre pais e filhos.
Para minimizar os efeitos das projeções e conseguir estabelecer relações mais saudáveis com os filhos, precisamos estar atentos a dois pontos muito importantes. O primeiro refere-se ao que se projeta sobre os filhos. Quanto menos reflexão fazemos sobre nós mesmos, quanto menos investigamos nossas projeções, maiores elas serão. Esta investigação e reflexão levam à uma maior consciência dos nossos atos, mas é importante saber também, que não nos relacionamos sem projetar. Não podemos deixar de fazê-lo, porém quando temos cuidado de investigar e mantermo-nos atentos, deixamos nossos filhos mais livres para crescer e se desenvolver.

Dri




segunda-feira, 7 de maio de 2012

Semana de Festa, no CRESCE! Cortejo para o Cruzeiro da Água, teatro, cinema e muito mais!


Essa semana vai ser pequena, para tantos acontecimentos! 
Entre os dias 7 e 12 de maio, o CRESCE celebra a vida, a comunidade, a cultura e a troca! Venha! 

Dia 8/5 terça feira
18h30 Musicalização para crianças - ensaio para o cortejo Cruz de Fechos e coroação de Nossa Senhora.
19h20 Ocê na Cozinha - refeição saudável e coletiva.
20h Musicalização adultos - ensaio para o cortejo.  

Dia 10/5 quinta feira
18h30 Cinema no Ponto - exibição de três produções com o tema: água (Neste dia não haverá atividades em inglês, mas todas as crianças devem comparecer normalmente).
19h20 ensaio dos adultos para o cortejo (não haverá aula de pandeiro neste dia).
20h estréia do espetáculo ORATÓRIO (a saga de Dom Quixote e Sancho Pança) em frente ao CASA, na rua do CRESCE, mesmo.

Dia 11/5 sexta feira
20h15 Benção da Cruz de Fechos na missa de Nossa Senhora de Fátima
21h Festa de Fátima na rua (Av. Vênus, 140 - Vale do Sol)

Dia 12/5 sábado
16h concentração para o cortejo CRUZ de FECHOS no Trevo Vale do Sol/ Pasargada/Morro Chapéu
19h Procissão de Nossa Senhora de Fátima e Missa
20h Coroação de Nossa Senhora de Fátima
21h Festa na rua com barraquinhas e música

Dúvidas? 8689-4252