“Se
você fosse ele, teria feito a mesma coisa, não é?" Esta foi a frase que uma de
minhas filhas me disse, referindo-se à atitude do personagem principal do livro
O Pote Vazio, de Demi.
A
história conta que o Imperador da China, na tentativa de escolher seu sucessor,
distribuiu a todas as crianças chinesas uma semente especial, dizendo que, quem
provasse que havia feito o melhor possível dentro de um ano, seria seu
sucessor. Ping, o personagem principal, passou todas as estações do ano
cuidando dedicadamente de sua semente, mas ela não germinou. Então, no dia
marcado, ele levou um pote vazio para ser apresentado ao Imperador, enquanto
todas as outras crianças daquele país levavam seus vasos com flores lindas e
bem cuidadas. Para a surpresa de todos, o Imperador escolheu Ping como seu
sucessor, pois havia dado uma semente queimada a cada criança e diante daquele
que lhe havia levado a verdade, sentiu-se seguro de sua escolha.
Estávamos
conversando sobre honestidade, dedicação e responsabilidade e minha filha
estava segura de que eu, sua mãe, possuía estas características.
Sua
frase teve um efeito muito profundo em mim, pois colocou-me diante da real responsabilidade
sobre a formação de seus valores. Ela não duvidou dos meus atributos, não me
disse que poderia fazer o mesmo nem mencionou outra pessoa. Era sua mãe a que
sabia agir da mesma forma que o Imperador da China!
Fiquei
pensando na importância da honestidade e coerência em nossos atos. Honestidade
em admitir falhas e erros perante nossos filhos, honestidade em pedir perdão
quando falhamos com eles, honestidade para consertar o que fizemos mal feito,
para voltar atrás em alguma escolha equivocada. Honestidade para admitirmos
fraquezas e limitações, mesmo que seja um simples: “hoje não estou com vontade
de fazer isto com você. Quem sabe podemos fazê-lo um outro dia?” Honestidade
também para admitirmos que não sabemos tudo e que não somos donos da verdade e
aceitar que nossos filhos possam fazer escolhas diferentes das nossas.
Honestidade também nos argumentos que sustentam nossas escolhas!
Coerência
em nossas atitudes. Que elas possam exemplificar e reforçar tudo o que lhes
transmitimos verbalmente. E como isto,
às vezes, é tão difícil!
Quantas
vezes falamos, por exemplo, que se deve atravessar a rua na faixa de pedestres
e eles nos vêem atravessando no meio da rua? E em lugar de admitir nosso erro,
damos uma desculpa como, por exemplo: “é porque agora estou com pressa e não
quero que você se atrase para o cinema!”.
Ou ainda nos ouvem falar sobre as leis de trânsito e ao mesmo tempo
atender o celular enquanto estamos dirigindo.
As
crianças estão conectadas em seus pais 24 horas por dia e 365 dias por ano. Somos
seu exemplo, nos seguem e nos têm, até certa idade, como as pessoas mais sábias
e corretas do mundo!
Um
dos lados mais bonitos da maternidade e da paternidade é este, superarmo-nos,
buscarmos incansavelmente nosso desenvolvimento pessoal, a fim de contribuir com o crescimento e o
desenvolvimento dos nossos filhos. E que bom que eles existem em nossas vidas!
Dri
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