sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Premiação e Castigo



É  muito comum os adultos utilizarem o recurso da premiação para reforçar uma atitude que consideram positiva no comportamento da criança.
Do mesmo modo, costumam castigá-la quando fazem algo errado ou que desagrada ao adulto.
Ando pensando nestas duas atitudes tão comuns entre pais e educadores. Elas são, sem dúvida, tentativas de corrigir o que não está bom no comportamento da criança e guiá-la na aquisição de atitudes que sejam importantes para seu crescimento, para a boa convivência social, assim como para manter a organização de um grupo.
Porém, questiono-me se todas elas levam a criança a adquirir consciência dos seus atos e a se responsabilizar por eles.
Piaget já havia escrito sobre a diferença entre castigo e sansão, dizendo que o castigo não é uma atitude educativa. Ao passo que sansão é aquela atitude que leva a criança a tomar consciência do que fez e se responsabilizar pelos seus atos.  Ou seja, é uma atitude educativa.
Nesse sentido, a premiação faz com que a criança se concentre em querer ganhar o prêmio, seu estímulo está em ser premiada e não em agir de acordo com as regras sociais ou do grupo ao qual pertence. Esta atitude é condicionada pelo prêmio que ganhará. Seu foco não está onde deveria e a premiação não a conduz para a construção da responsabilidade sobre seus atos.

O castigo puro e simples, a meu ver, resolve o problema do adulto. A criança é controlada pelo castigo ou pelo medo do mesmo. Este, assim como o primeiro, também não leva à consciência dos próprios atos.

Tanto o castigo quanto a premiação, deixam a criança dependente da avaliação de um adulto e, posteriormente, de alguma outra pessoa ou instituição, afastando, dela mesma, a responsabilidade da avaliação a respeito de suas atitudes.
Como então, ajudar a criança a agir de maneira adequada à convivência social?
Não há uma receita e é difícil classificar atitudes como corretas ou incorretas, sem avaliar as pessoas em questão e o contexto no qual estão inseridas. Porém, pode-se pensar, em linhas gerais, em atitudes, perguntas e conversas para se ter com a criança que a levem a refletir sobre o que fez e suas conseqüências.
Sofrer as conseqüências de um ato e contar com um adulto para ajudar na reflexão a respeito do ocorrido pode levar a um grande aprendizado. Porém, para isto, há que se ter tempo e paciência!
No fundo, o que todos queremos, é contribuir para o crescimento integral e saudável dos pequenos, mas precisamos encontrar os meios corretos para alcançar nossos objetivos.
Promover a criança, reconhecer seus esforços, descobrir qual o tipo de inteligência possui e valorizá-la, encontrar meios de levar o conhecimento até ela da forma como possa compreendê-lo, convidá-la a participar de atividades importantes para o adulto, pedindo-lhe ajuda verdadeira são algumas estratégias que ajudam os pequenos seres humanos a se descobrir, conhecer suas habilidades e aprender a viver socialmente. Do mesmo modo, deixar a criança perceber as conseqüências negativas de um “mau feito” também a ajuda a refletir sobre como viver em harmonia com seu grupo social, contribuindo com o mesmo.
Em um grupo de crianças é importante que todas possam ajudar o adulto em suas tarefas, que possam construir as regras da boa convivência social juntamente com o mesmo, que tenham sempre alguém para ajudá-las a refletir sobre o que fizeram , que sejam convidadas a achar solução eficiente para o que deu errado e que possam, de fato, participar do andamento do grupo no qual estão inseridas. Seja na família, seja na escola.
Dri 

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