quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O valor da educação

Ouvi o relato de uma pessoa que esteve uma temporada na Suíça,  sobre a atitude de um homem que, participando de um encontro de amigos, dirigiu-se ao local de bicicleta, esteve lá por algumas horas e antes de ir embora, ligou para sua esposa ir buscá-lo, pois havia bebido uma taça de vinho.
Seus amigos patriotas não demonstraram nenhum espanto, mas para algumas outras pessoas, beber vinho e ir embora pedalando são atitudes incompatíveis.
Ao ouvir este relato fiquei pensando no valor da educação e em como ela faz parte da nossa formação e nos acompanha vida afora.
Aquilo que é valorizado na educação de determinada cultura forma seus cidadãos. Assim como o que é valorizado em determinada família formará seus membros.
Minha filha de cinco anos recusou um convite para andar sem cinto de segurança no carro de um tio. Sua atitude fez-me avaliar nossa postura, enquanto pais, em relação à segurança dos pequenos e em como nos posicionamos frente a esta situação.
A formação consciente de valores, assim como a interiorização de leis e regras é um legado que podemos deixar aos nossos herdeiros, mas também é algo que não se constrói pela imposição nem somente através da palavra e muito menos com constantes exceções à regra.
Buscar a coerência na educação dos filhos é algo fundamental. E como nós, adultos, somos incoerentes! Como falamos muito e fazemos pouco! Como abrimos exceções!
Porém, o que é valorizado fica claro para os filhos, mesmo que não falemos a respeito disso. É absorvido pelas crianças, em sua busca constante de se tornar membro da família (como se já não fossem!). O que não é dito em palavras também é seguido e tido como exemplo aos olhos dos que nos observam 24 horas por dia!
Se queremos educar cidadãos, temos que ser um deles. Se queremos educar seres autônomos, temos que saber sê-lo.
Voltando ao exemplo do suíço, “se for dirigir, não beba” não pode ser apenas um slogan a ser repetido em rodas de amigos, mas deve ser uma atitude compreendida internamente pelo adulto, respeitada e seguida para que a criança possa internalizá-la.
Quantas vezes nós, brasileiros, tomamos uma cervejinha no fim de semana, reunidos à família e voltamos para casa dirigindo, com nossos filhos (que nos acompanharam durante todo o dia e viram o que estávamos fazendo!) no carro? E em outra ocasião repetimos a famosa frase de que se for dirigir não deve beber! Quando fazemos isto, ensinamos que não se respeitam leis que servem para nossa segurança e que, apesar da existência  delas, podemos transgredi-las!
O mesmo raciocínio e reflexão servem para outras regras de segurança. Já o que se refere a respeito, honestidade, educação ambiental e outros valores é algo mais complexo e mereceria ser tratado em outro texto.
Contudo, o que quisermos deixar de ensinamento para nossos filhos precisa começar por nós mesmos.
Dri

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