Este tema já foi abordado dentro do CLIC! em algumas reuniões, mas os motivos que me fizeram trazê-lo novamente para a reflexão são: a importância que ele tem em nossas vidas, a facilidade que temos para esquecer de cuidar dele e a facilidade, da vida atual, de imprimirmos um ritmo que não atende verdadeiramente às nossas necessidades.
A vida acelerada que vivemos, o excesso de trabalho, a tentativa de acompanhar a avalanche de informações às quais podemos ter acesso a cada minuto, o trânsito intenso são capazes de nos tirar do nosso eixo e imprimir um ritmo em nossa vida tão acelerado, que não percebemos o distanciamento que vamos tomando de nós mesmos.
E para descansar, o que fazemos? Continuamos a roda viva e participamos de todos os acontecimentos culturais e sociais da cidade. Acreditamos que não podemos perder nada, a fim de evitar o sentimento de ficar para trás dos outros, por fora dos assuntos.
No final do domingo experimentamos o sentimento de não ter tido tempo suficiente para fazer o que gostamos nem para descansar.
Somando-se a isto, há os inúmeros e-mails que temos que ler e responder, os seriados televisivos que não podemos perder, os jogos eletrônicos, as compras e tantas outras coisas que ocupam nosso dia-a-dia.
A vida moderna nos trouxe grandes facilidades, mas trouxe também o distanciamento de nós mesmos. Nosso olhar é sempre desviado para fora do nosso interior. Passamos, sem perceber, a buscar respostas para nossas dúvidas do lado de fora.
Em relação à vida familiar e à educação dos filhos acontece o mesmo. Procuramos nos livros, no comportamento dos vizinhos e de outros colegas de trabalho o que devemos fazer. Nossa referencia passa a ser a mídia, o vizinho e a literatura, geralmente de auto ajuda.
Alem disso, temos sempre a preocupação de preencher o nosso tempo e o das crianças com inúmeras atividades.
E quando piscamos nossos olhos, a família está o dia todo ocupada, com a agenda cheia, sem tempo de convivência. Quando não muito, a convivência oferecida aos pequenos é sempre a pública, social, perdendo-se a íntima, familiar, privada.
Quando chegamos ao ponto de precisar de um terceiro para nos dizer como vai nosso filho, quando olhamos para ele e não conseguimos enxergá-lo é sinal de que estamos longe de nós mesmos e do centro da nossa família.
O que pode nos trazer de volta é o ritmo! Para isto, precisamos rever nossa rotina e incluir nela um tempo para todas as refeições diárias _ café da manhã, lanche, almoço, lanche e jantar _ com boa qualidade. O que significa comer saudavelmente e mastigar a comida sentindo o gosto que tem.
Dentro da nossa rotina precisa haver tempo para olhar nos olhos dos nossos filhos e ouvi-los. Assim também com o nosso companheiro(a), caso haja um.
A família precisa também, para se nutrir afetivamente, de um tempo onde seus membros estejam juntos partilhando uma boa conversa e/ou brincadeira, sem aparatos eletrônicos, mas de pura convivência e afeto. Sem, inclusive, a companhia dos amigos. Mas precisa também de um momento para estar com estes!
Para se obter um bom ritmo é preciso conseguir respirar, descansar, produzir, rir, ouvir e ser ouvido, relaxar.
O dia é para o trabalho, a brincadeira, a produção, seja ela infantil ou adulta. A noite é para o descanso, a fala mansa, o relaxamento.
Vale uma avaliação individual das próprias escolhas, do ritmo diário e semanal, da qualidade dos relacionamentos que cada um tem conseguido estabelecer. E fazer as alterações necessárias, caso constate que está “fora de ritmo.
Dri
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