terça-feira, 20 de abril de 2010

Crianças brincando sob o olhar do educador

Vejo crianças brincando todos os dias e não me canso. A maneira como elas se entregam ao ato de brincar é algo maravilhoso! Precisamos aprender a nos entregar às brincadeiras como elas fazem.

No dia-a-dia aqui do CLIC! as crianças brincam muito com os adultos e também sozinhas. Nestas brincadeiras espontâneas podemos observar como reproduzem tudo que aprendem em suas vidas: as regras sociais nas brincadeiras simbólicas (mamãe e filhinho, supermercado, pet shop, etc.), compreender e seguir regras em geral nas diversas brincadeiras folclóricas que acontecem no quintal do CLIC! (mar vermelho, pic amoeba, peixinho e tubarão, etc.), equilíbrio, leis da física, noção espacial, dentre tantas outras aprendizagens que acontecem durante o balanço de corda, no escorregador, no trepa-trepa, nas árvores! As aprendizagens são tantas que mal podemos relacioná-las. Mas o que avalio que mais aprendem é sobre si mesmas: como se relacionar, como se colocar diante de um grupo de crianças da mesma idade, mais novas... ou mais velhas...até mesmo como se impor frente a um adulto, com respeito. Todas estas coisas, sob certo aspecto simples e sob outros, complexos e profundos, as crianças do CLIC! aprendem brincando.

Por outro lado, no momento do ato de brincar acontece um grande respeito do educador por aquilo que as crianças produzem. Ele está ali, observando, com todos os seus sentidos, o que se passa no universo infantil, conhecendo cada criança através daquilo que produz em sua brincadeira. Certamente é tentado a participar, pedir para entrar na brincadeira, mas muitas vezes se contém, por entender que a criança precisa também deste tempo livre para criar e produzir o seu brincar. Na maioria das vezes, quando imersas em seu mundo fantástico, elas não percebem sua presença. Mas ele está ali. Caso precisem de sua ajuda, aparece como um anjo no momento oportuno. Oferece algum recurso material ou mesmo seu olhar carinhoso e acolhedor. Outras vezes é preciso oferecer um abraço a quem se machucou ou mesmo um gelinho, remédio para qualquer machucado. E a brincadeira continua. Livre, leve e solta! Solta como uma pipa que voa no ar, mas sob o cuidado atento de quem a empina.

Dri
(Foto: Pablo Quaglia)

Um comentário:

  1. Dri,

    em poucas e significativas palavras você conseguiu escrever a complexidade do lugar do educador no CLIC! Como somos convocados, pelas crianças, a ocupar lugares que não imaginávamos que o faríamos um dia. Penso que ser educador é, assim como fazem as crianças, experimentar todas as possibilidades do nosso ser no mundo!

    Somos mesmo privilegiadas!

    Letícia

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